Por Fernando Rocha – Especialista em Ações
Desde que comecei a investir em ações, a pergunta que mais ouvi foi: “Fernando, como você escolhe as melhores ações?”
E a resposta nunca foi simples. Não existe uma fórmula mágica — mas existe estratégia, disciplina e visão de longo prazo.
Neste artigo, vou abrir minha metodologia pessoal para você entender como analiso empresas e construo uma carteira sólida. Seja você iniciante ou já tenha alguma experiência, minha missão aqui é te mostrar um caminho claro e seguro para investir com confiança.
1. Eu invisto em empresas, não em códigos de ação
Antes de tudo, preciso te contar uma coisa: eu não compro ações, eu me torno sócio de empresas.
Isso muda tudo.
Quando olho para um ativo como PETR4 ou WEGE3, eu não vejo um gráfico piscando ou um código na corretora. Eu vejo a Petrobras, a WEG — e quero saber:
- O que essa empresa faz?
- Ela é lucrativa?
- Tem vantagem competitiva?
- O setor tem boas perspectivas?
Esse pensamento de sócio me impede de cair em modinhas ou em promessas de lucros rápidos. Meu foco é no crescimento real e sustentável.
2. Eu analiso os fundamentos como um detetive

Escolher ações boas exige mergulhar nos números.
Não é tão complicado quanto parece. Eu costumo olhar para:
- Receita líquida e crescimento de lucro: A empresa está ganhando mais ao longo do tempo?
- Margem líquida: Quanto ela realmente lucra sobre o que vende?
- ROE (Retorno sobre o Patrimônio): Indica eficiência.
- Dívida: Eu fujo de empresas superendividadas. Dívida controlada é aceitável, mas descontrole é sinal de alerta.
- Dividend yield: Quando quero renda passiva, essa é uma das minhas métricas favoritas.
Tudo isso me dá clareza sobre a saúde da empresa.
3. Eu acompanho o setor e o cenário macroeconômico
Uma empresa pode ser excelente, mas se o setor estiver em declínio ou o país em recessão, os resultados podem ser afetados.
Por isso, acompanho:
- Taxa de juros (Selic)
- Inflação
- Crescimento do PIB
- Tendências globais (tecnologia, energia limpa, etc.)
Esses fatores influenciam o comportamento da Bolsa e me ajudam a entender quando comprar ou aumentar posição.
4. Eu busco equilíbrio entre ações de crescimento e dividendos
Tem gente que só foca em ações de dividendos. Outros só querem ações que crescem muito.
Eu acredito no meio-termo.
Na minha carteira, tenho:
- Ações resilientes e pagadoras de dividendos (como Taesa, Engie, BBAS3)
- Ações de crescimento com bom potencial de valorização (como Weg, Arezzo, Raia Drogasil)
Isso me garante renda recorrente + valorização patrimonial.
5. Eu não fico trocando de ação o tempo todo
Sabe qual é um dos maiores erros dos investidores?
Girar carteira o tempo todo.
Eu compro uma ação depois de muita análise. E só vendo se o motivo que me fez comprá-la deixou de existir.
Investir com consistência exige paciência.
6. Eu reinvisto os dividendos
Essa é uma parte fundamental da estratégia.
Ao reinvestir os dividendos recebidos, a bola de neve começa a crescer mais rápido.
E com o tempo, sua renda mensal com ações vai aumentando sem precisar colocar mais dinheiro do bolso.
7. Eu acompanho e reviso minha carteira a cada trimestre
Nada de ficar entrando na corretora todo dia.
Mas a cada trimestre, quando as empresas divulgam seus balanços, eu:
- Analiso resultados
- Leio relatórios de analistas
- Vejo se a empresa ainda segue no caminho esperado
Se algo mudar de forma significativa, posso realocar.
Mas na maioria das vezes, apenas acompanho e mantenho.

Conclusão: A disciplina vence o impulso
Escolher boas ações exige estudo, mas principalmente disciplina e visão de longo prazo.
Eu construí minha liberdade financeira com ações e você também pode.
Se quiser montar uma carteira sólida para ter renda passiva e valorização patrimonial, comece agora, com estratégia e consistência.
E aí, curtiu esse conteúdo?
Deixa um comentário aqui embaixo com suas dúvidas ou contando como você escolhe suas ações. Faço questão de ler e responder cada um.
Nos vemos no próximo artigo.
Abraço,
Fernando Rocha